"Mas vinho não é só a uva?" . Apesar da fruta ser o ingrediente principal , nem todo vinho é vegano. Isso porque algumas partes do processo da vinificação contém ingredientes de origem animal. Entre eles, podemos encontrar caseína (proteína do leite), albumina (proteína do ovo), clara de ovo, gelatina animal e até cola de peixe.
Não são todas as etapas da vinificação que utilizam ingredientes de origem animal, mas em três delas é possível encontrar os insumos. Já a clarificação é outra etapa importante do processo, que serve para retirar os resíduos sólidos que se formam durante o processo, a fim de deixar o vinho mais limpo.
Para que isso possa acontecer, são adicionadas substâncias que funcionam como imãs, separando os sólidos no fundo do tanque. Estes produtos são a base de caseína (proteína do leite), albumina (proteína do ovo), clara de ovo, gelatina animal e isinglass (cola de peixe).
Um produto que é proibido nos Estados Unidos e Europa, mas permitido no Mercosul é a albumina de sangue animal, também utilizada nesta etapa do processo de vinificação.
Filtragem
O processo é feito antes do vinho ser engarrafado para garantir que todas as impurezas coletadas no fundo do tanque permaneçam lá. Neste processo é comum o uso da gelatina animal, por ser mais barato e deixar o processo de criação do vinho mais rápido. Apesar do uso ser mais comum em vinhos brancos, nada impede que seja encontrado em vinhos tintos. Também é uma prática permitida no Mercosul.
Amaciamento dos taninos
Com a finalidade de reduzir o amargor, especialmente em vinhos jovens ou de colheitas precoces, muitos produtores recorrem à albumina de sangue animal.
Nem todo vinho passa por estes processos e nem todos que passam usam substâncias de origem animal. Como não é obrigatório informar se o vinho é vegan friendly, nem sempre é fácil identificar se um vinho é vegano ou não.
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Dicas para identificar um vinho vegano
- Observar se consta no rótulo "não filtrado", "métodos de autoclarificação natural" e "unfiltered". Isso indica que o vinho não passou pelo processo de filtragem e, consequentemente, pulou a clarificação. Assim, as chances do vinho ser vegano são altas.
- Pesquise a história da vinícola e converse com os pequenos produtores para entender como eles fazem os processos. Como selos e certificações são processos caros e burocráticos, nem todos conseguem fazer. Então o segredo é ir direto à fonte.
- Selo Kosher é o que identifica alimentos e bebidas liberados para praticantes do judaísmo e a maioria deles são veganos. Porém, a clara de ovo é liberada pela religião, então fique atento se o rótulo também tem o temo "não filtrado".
Vinhos veganos e dicas de pratos para harmonizar
Junto a Evino, o iG Receitas traz três vinhos veganos com sugestões de pratos plant based para harmonizar .
Echeverria Pinot Noir Rosé 2018 (R$ 89,90)
Vinho vegano e de produção agrícola sustentável. A Pinot Noir é uma uva delicada, conhecida por fazer vinhos elegantes. Essa é uma casta que tem boa acidez e aromas de frutas vermelhas frescas e um leve toque de cogumelos, o que a torna ideal para harmonizar com um estrogonofe vegano de cogumelos e legumes.
Ao invés do creme de leite, utilize leite vegetal ou molho de tomate. No caso do leite vegetal, estamos falando de um ingrediente delicado e com sabores leves; o molho de tomate também é leve e ainda traz uma acidez elevada para o prato. O mix de cogumelos e legumes aportam o sabor umami.
ZioBaffa Pinot Grigio 2020 (R$ 67,90)
Orgânico e vegano, este vinho italiano é repleto de aromas de limão siciliano e abacaxi, macio em boca e com final longo. Para harmonizar, sugere-se um hambúrguer de feijão fradinho. De cor clara, durante o cozimento não forma caldo e adquire um sabor levemente adocicado.
Ziobaffa 2015 (R$ 68,90)
Um vinho orgânico e vegano é um tinto da Toscana, feito com a uva Sangiovese. Essa casta tem aromas de cereja, folhas de chá e ótima acidez, o que a torna perfeita para combinar com o frescor da abobrinha em formato de almôndegas e molho de tomate com manjericão.