Há quem não dispense um cafezinho feito do modo tradicional, com o auxílio dos utensílios indispensáveis , como o coador – que pode ser de papel ou de pano –, mas há também quem prefira a praticidade de fazer a bebida na cafeteira e ganhar tempo com isso.
O que pouca gente sabe é que há diversos tipos de cafeteiras, e para te ajudar a definir a melhor opção para você e para seu bolso, o iG Receitas conversou com Arthur Malaspina, especialista em qualidade e treinamento do Octavio Café, e com Stella Gross, barista e coordenadora de cafés da Rede Fran's Café.
Saiba mais sobre as alternativas:
1. Cafeteira aeropress
Conforme explica Malaspina, a aeropress foi criada por um inventor de brinquedo que adorava café e desejava fazer uma cafeteira no estilo de brinquedo. Por isso, ela é toda feita de plástico de "alta qualidade" para não interferir no sabor da bebida.
Stella fala que o objeto parece com uma seringa. "É adicionado o pó de café e água quente no equipamento. Em seguida, o embolo é pressionado e o ar empurra a água, fazendo a extração do café. O café fica encorpado e saboroso", garante ela.
Arthur Malaspina complementa: "Ela vai extrair o café sob a pressão do ar. Isso vai resultar em uma bebida com acidez destacada, um corpo mais suave, mais leve", explica o especialista. "Ela custa, em média, de R$ 200 a R$ 300 reais", afirma.
2. Cafeteira francesa
Esse é um dos tipos de cafeteiras mais populares. "A cafeteira francesa é um utensilio de vidro com um filtro acoplado. Mistura-se o pó de café e a água quente, aguarda-se cerca em quatro minutos e, em seguida, o filtro deve ser empurrado para baixo, separando o pó de café da água. Resulta em uma bebida leve e saborosa, mas que deve ser consumida imediatamente", ressalta a barista da Fran's Café.
"Nesse caso, temos que usar uma moagem grossa, porque as médias ou finas passam pela telinha de arame da cafeteira, que é responsável por filtrar e separar o pó da bebida. Esse método resulta em uma bebida bem intensa, rica em cafeína, porque o pó e água ficam juntos o tempo todo", salienta Malaspina.
O utensílio tem em vários tamanhos e, segundo o especialista do Octavio Café, o modelo menor custa cerca de R$ 80 e faz duas xícaras de café. As mais caras chegam a fazer 12 xícaras e, para adquiri-las, é bom se preparar para desembolsar R$ 200 ou R$ 300.
3. Cafeteira de expresso
O café expresso surgiu na Itália e exige alta temperatura e moagem precisa. "O pó de café é dosado, compactado e extraído sob pressão, resultando em uma bebida encorpada, rica em óleos aromáticos e sabor marcante", diz Stella. Ela custa, aproximadamente, R$ 200.
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4. Cafeteira italiana
Também conhecida como mocha, essa cafeteira extrai o café por pressão da água. "Ela, nada mais é, do que uma máquina de expresso, só que invertida. Seu sentido é de baixo para cima", conta Arthur Malaspina.
" Cafeteria italiana normalmente é produzida em alumínio. Na parte inferior da cafeteira é adicionada água fria e na parte central é o pó de café. Rosqueia-se a parte superior da cafeteira e ela deve ser levada ao fogo. Com o aumento da temperatura, a água contida na parte inferior é pressionada para cima, atravessando o pó de café e a bebida fica armazenada na parte superior. A bebida fica bem forte e quente", explica Stella Gross.
A cafeteira é mais barata que as demais. Com R$ 50 é possível comprar a mocha pequena e aproveitar os benefícios.
5. Cafeteira de cápsula
De acordo com Stella Gross, esse é um tipo prático e higiênico de cafeteira, uma vez que a dose de café já vem em cápsulas de alumínio ou plástico.
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"O café está dentro de um recipiente, com uma moagem bem fina, igual pó de expresso. Essa máquina tem uma pressão de água que vai passar pelo café moído e sair uma bebida com textura muito próxima a um expresso. Ela sai com o corpo pesado, uma crema legal, então é, também, por pressão de água", comenta Malaspina. O valor médio da cafeteira de cápsula é R$ 200.
6. Cafeteira turca
A cafeteria turca custa, aproximadamente, R$ 60, e proporciona uma bebida "forte e aromática", uma vez que o café tem uma moagem muito fina e, por isso, ele não é coado. "É uma jarra de alumínio que a gente chama de Hibric, que é onde preparamos o café turco. Para fazer o café turco, fazemos a moagem bem fina do pó, coloca o pó e a água juntos e aí colocamos para ferver três vezes", conta Malaspina.
"Como a moagem é bem fina, ela vai decantar no fundo dessa panelinha. Depois de três vezes fervida, é só servir. Então, o pó e a água ficam juntos. Esse é o famoso que café que fica a borra no fundo da xícara, onde a pessoa depois pode ler a sua sorte e seu futuro", afirma.
O especialista diz ainda que algumas pessoas costumam consumir esse tipo de café com uma semente de cardamomo, que lembra a erva doce. "Ela aromatiza a bebida, porque beber a água e o pó juntos é para quem gosta mesmo", salienta.
7. Cafeteira globinho
Stella fala que o princípio é o mesmo da cafeteira italiana, porém ela é feita com vidro. Malaspina explica como o utensílio funciona: "O globinho, como é popularmente conhecido, chama-se, na verdade Syphon Coffee, que é uma cafeteira que extrai o café pela pressão do vapor da água. Para isso, temos dois recipientes, um superior e outro inferior", inicia ele.
"No inferior, colocamos a água quente, encaixamos a parte de cima e colocamos uma chama embaixo. Esse calor vai fazer com que a água crie um vapor, que não tem por onde sair, só por um caninho que está na superfície superior. Assim, esse vapor empurra a água e a única saída vai ser o caninho, que faz o vapor entrar em contato com o pó de café lá em cima. Quando ele sobe, começa a extração. Aí deixamos o tempo que queremos", complementa.
Enquanto o fogo fica embaixo, o café e a água entram em contato na parte de cima. Quando o fogo é desligado, a pressão sobe e a água desce já filtrada, uma vez que há um filtro na parte superior.
Segundo os profissionais, a bebida fica muito saborosa, intensa e quente. Esse tipo de cafeteira é caro, e pode custar até R$ 600.
8. Cafeteira Chemex
Chemex consiste em uma jarra de vidro onde o porta-filtro e o recipiente onde cai o café são intercalados. "É uma espécie de um funil de vidro. Nesse caso, usa-se um filtro triplo de papel, para uma filtragem tripla do café, o que resulta em uma bebida mais suave, com uma acidez bem destacada", conta Arthur Malaspina. O preço desse tipo de cafeteira varia, mas a média é de R$ 200 a R$ 300.
9. Cafeteira elétrica
Esse tipo de cafeteira é usada com coador de papel. "Deve-se colocar a quantidade de água no compartimento da cafeteira e pó de café no coador de acordo com o volume de bebida a ser preparada", explica Stella.
"A vantagem desta cafeteira é que ela aquece a água na temperatura ideal para o preparo do café e mantém a bebida quente. O ideal é que o café seja consumido em até uma hora após seu preparo", complementa.
A cafeteira elétrica é um dos tipos mais comuns, e frequentemente utilizado para o preparo do cafezinho no dia a dia. O valor varia, mas a média de preço é R$ 55.
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Qual é o melhor método para fazer café?
Malaspina explica que fazer o café com o auxílio da cafeteira é uma boa alternativa para ter a bebida sempre fresca, mas destaca outros fatores que contribuem para que a bebida fique perfeita.
"A validade do grão é muito importante. Quanto mais próximo da data de torra do café, mais frescor e complexidade em sabor e aroma teremos. Na cafeteira , normalmente, temos a possibilidade de escolher o método que queremos", enfatiza ele. Stella Gross, por sua vez, diz que "todos os métodos de café são válidos e devem ser usados de acordo com a preferência e possibilidade de quem prepara".