Doenças cardiovasculares associadas ao colesterol alto estão entre as principais causas de mortes no mundo todo. Somente no Brasil, cerca de 360 mil pessoas por ano vão a óbito em decorrência dessas doenças, alerta o Ministério da Saúde. Entre esses problemas estão o infarto, o acidente vascular cerebral (AVC) e outros males relacionados.
De acordo com a coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, Camila Junqueira, o colesterol, embora seja difundido de forma negativa, é essencial para o bom funcionamento do corpo humano. Segundo a especialista, ele é importante para a formação de hormônios e até ácidos biliares, que ajudam na digestão das gorduras da alimentação.
"O colesterol é um tipo de gordura que faz parte da estrutura das células do cérebro, nervos, músculos, pele, fígado, intestinos e coração. O ponto aqui é que ele precisa ser ingerido de forma equilibrada. São dois tipos principais de colesterol: o HDL, considerado o 'colesterol bom', e o LDL, denominado de 'colesterol ruim'. Quando há esse desequilíbrio, o colesterol, portanto, aumenta os riscos de AVC, de morte súbita e doença coronariana, por exemplo".
Camila aponta ainda que o colesterol pode sim estar associado a fatores genéticos, mais precisamente falando, os polimorfismos determinam o nível de absorção e o residual que ficará circulante, e nesse caso, um acompanhamento médico deve ser tratado como prioridade. Entretanto, a nutricionista argumenta que essas doenças podem estar interligadas, inclusive, com fatores como excesso de peso/obesidade, que é potencializada pelo sedentarismo e hábitos alimentares não saudáveis.
"Nesse contexto, ter uma alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas podem ajudar no controle desse colesterol ruim e evitar essas doenças. Evitar frituras, comer mais frutas, grãos integrais, legumes, proteínas magras e gorduras saudáveis pode ajudar a controlar os níveis de colesterol e promover a saúde cardiovascular. Isso tudo, incluindo, é claro, o monitoramento médico e planejamento dietético constante para prevenir, remediar e até evitar esses problemas", reforça.
Por fim, a especialista dá algumas dicas de alimentos que devem ser evitados. Confira abaixo:
Alimentos ricos em gorduras saturadas:
Estes alimentos aumentam o colesterol LDL. Evite ou limite o consumo de carnes gordurosas, pele de frango, laticínios integrais, manteiga, banha de porco, óleo de coco e alimentos fritos em imersão;
Alimentos ricos em gorduras trans: As gorduras trans são encontradas em muitos alimentos processados e frituras. Elas não só aumentam o colesterol LDL, mas também diminuem o colesterol HDL. Leia os rótulos dos alimentos e evite produtos que contenham "gordura vegetal hidrogenada" ou "gordura parcialmente hidrogenada";
Carnes processadas: Bacon, salsichas, linguiças e outros produtos de carne processada, conhecidos como "embutidos", são ricos em gorduras saturadas e sódio, também causam o acúmulo e gordura nas artérias favorecendo as doenças cardíacas;
Alimentos ricos em colesterol: Embora a relação entre o consumo de alimentos ricos em colesterol e o colesterol sanguíneo seja complexa, é recomendável limitar o consumo de gemas de ovos e proteína de origem animal;
Produtos de panificação e doces: Bolos, biscoitos, bolachas e outros produtos assados muitas vezes contêm gorduras trans e/ou saturadas, além de açúcares adicionados, o que pode afetar negativamente os níveis de colesterol, triglicérides e a saúde do coração;
Alimentos ricos em açúcares adicionados:
Excesso de açúcares adicionados pode levar ao ganho de peso e desequilíbrios metabólicos, que por sua vez podem afetar os níveis de colesterol;
Fast food e comida processada:
Alimentos de fast food muitas vezes são ricos em gorduras trans, gorduras saturadas e sódio. Além disso, muitos alimentos processados contêm ingredientes que podem afetar negativamente os níveis de colesterol;
Bebidas açucaradas:
Refrigerantes e outras bebidas açucaradas podem contribuir para o ganho de peso e aumentar o risco de problemas cardiovasculares;
Óleos vegetais refinados:
Óleos vegetais refinados, como o óleo de milho, óleo de soja e óleo de canola, podem ser ricos em gorduras ômega-6, que em excesso podem promover inflamação;
Álcool em excesso:
O consumo excessivo de álcool pode levar ao aumento dos níveis de triglicerídeos e contribuir para o ganho de peso, o que pode afetar o perfil lipídico.
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