Nutricionistas esclarecem se o abacaxi pode interferir no gosto do sêmen; descubra e já teste hoje mesmo!
Pexels/Karolina Grabowska
Nutricionistas esclarecem se o abacaxi pode interferir no gosto do sêmen; descubra e já teste hoje mesmo!

Ao acessar as redes sociais, você já deve ter lido ou ouvido por aí que o abacaxi pode adoçar o esperma . A crença até virou assunto em uma conversa entre Gustavo e Key Alves , participantes da última edição do Big Brother Brasil. Mas será que isso é verdade? Neste Dia do Sexo (06/09), o iG Receitas  conversou com especialistas para entender se consumir a fruta pode realmente mudar o gosto do sêmen.

Antes de mais nada, é preciso saber que o esperma é composto por aminoácidos, enzimas e, principalmente, frutose, que é um tipo de açúcar presente nas frutas, no mel e em alguns vegetais. O que vai provocar essa percepção, trazer esse "gosto adocicado", é a combinação entre a frutose e a vitamina C. Isso porque a vitamina C é um poderoso antioxidante, que serve, inclusive, para a preservação do esperma. Entenda a seguir:

"Para que o homem consiga engravidar uma mulher, ele precisa ter o estoque de vitamina C em dia. Isso porque a vagina libera alguns compostos corrosivos, que são uma espécie de mecanismo de defesa, e a vitamina C consegue proteger esses espermatozoides, para que consigam atravessar as barreiras sem morrer. Então, ela melhora a qualidade, a concentração e até o tempo de vida dos espermatozoides", explica o nutricionista Filipe Lucas de Oliveira, em entrevista à reportagem.

Já a frutose é um carboidrato simples, necessário para gerar energia durante todo o processo de fecundação. "Seja no suor, no esperma, em qualquer circunstância, se você provar a vitamina C, você vai ver que ela tem um gostinho azedinho, né? Então, a frutose combinada com uma alta concentração de vitamina C, pode trazer uma percepção de gosto diferente", diz o especialista.

O abacaxi possui um alto teor de vitamina C por porção, mais do que a laranja ou o limão, por exemplo, que também são frutas cítricas. Mas o nutricionista garante que para que essa relação faça sentido, é preciso levar em conta a individualidade de quem está consumindo a fruta: se é uma pessoa que pratica exercícios físicos, tem uma alimentação equilibrada, esteja com a saúde mental em dia. Então, não é tão simples assim: comer o abacaxi, independentemente da quantidade, e esperar que tenha essa resposta.

Ou seja, não é possível afirmar cientificamente de que há uma unanimidade, que é algo certo de acontecer. "Outras coisas que a gente consome também podem interferir na qualidade do esperma. Então, se a pessoa comeu abacaxi, mas ingeriu bastante álcool, tomou um monte de café, consumiu alimentos gordurosos… pode não alcançar o efeito desejado", acrescenta a também nutricionista Isabela Aguiar.

Então, é só tomar pastilhas efervescentes de vitamina C?

A resposta para essa pergunta é: não. Segundo os especialistas, as pastilhas têm um processo de digestibilidade diferente, porque a vitamina C é diluída na água, ou seja, está em menor concentração em relação à fruta.

"Quando a gente consome a vitamina C na fruta, tem ali um processo de quebra enzimática que acontece durante a digestão. Isso favorece para que essa vitamina C vá para o lugar certo. Já quando ingerimos ela em forma líquida, é quase como beber um suco, uma água. O substrato presente ali é extraído de uma forma bem simbólica, bem menos do que poderia ser", esclarece Filipe de Oliveira.

'Hoje eu vou transar, então vou comer abacaxi'

A gente poderia, inclusive, mencionar outras frutas que poderiam potencializar muito mais esse momento específico, que ajudariam e contribuiriam muito mais para a performance sexual dessa pessoa, do que o abacaxi em si. É o caso da melancia, um  famoso afrodisíaco rico em citrulina, que, por sua vez, funciona como um vasodilatador e é até mesmo usada por pacientes com disfunção erétil.

Mas caso a finalidade seja realmente mudar a percepção do gosto do sêmen, além de adotar uma rotina saudável e controlar os níveis de estresse, o ideal é consumir uma quantidade um pouco maior de abacaxi. Em vez de comer um ou duas rodelas por vez, é recomendado comer a fruta em vários momentos do dia, em pequenas porções no café da manhã, almoço e jantar.

Além do abacaxi, posso consumir outras frutas para ter essa mesma finalidade?

Algumas frutas como o kiwi e a acerola possuem maior teor de vitamina C do que o próprio abacaxi. "A pessoa pode fazer coquetéis, combinações de sucos para se preparar para aquele momento. Vamos supor, se eu fizer um suco com abacaxi, acerola, kiwi, morango, eu estou aumentando não só a vitamina C, mas outros compostos que acabam ajudando na relação sexual. Alguns nutrientes, como o potássio, favorecem o batimento cardiovascular", cita o nutricionista.

Segundo ele, esse "sabor adocicado" não acontece se usarmos o abacate, por exemplo. Mas o fruto contém o próprio potássio, além de ômega 9, que é um protetor cardiovascular e pode ser essencial para a pessoa que vai praticar uma atividade sexual, um esforço físico, porque ajuda a manter níveis saudáveis de colesterol e evita o risco de doenças cardiovasculares.

E alimentos com odores desagradáveis? Também podem interferir no gosto do sêmen?

"Difícil, a não ser no paladar da pessoa enquanto está estiver conversando, beijando. E aí o aroma que vem do intestino, que ainda está no processo digestivo, volta através do hálito. Mas dizer que isso pode sair de alguma forma nos fluidos, eu acho bem pouco provável, a não ser que essa pessoa esteja muito bem nutricionalmente para que tudo isso sobre a ponto de conseguir transpirar".

O especialista segue: "No processo digestório, pode ser que sim. Aí vai sair nas fezes, vai causar gases, desconforto gástrico, mau hálito. Então, pode aparecer de alguma maneira. O que é legal nesse momento, já que a pessoa vai participar de uma relação com outra, o ideal é evitar comer esses alimentos, né? Porque mesmo que não venha sair na transpiração, às vezes pode causar um incômodo intestinal e deixar o momento desconfortável".

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** Gabrielle Gonçalves é repórter do iG Delas, editoria de Moda e Comportamento do Portal iG. Anteriormente, foi estagiária do Brasil Econômico, editoria de Economia. É jornalista em formação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp).

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