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Janeiro é o mês oficial da galette des rois, feita de massa folhada, creme de amêndoas e... uma surpresinha

Bolo de Reis: se encontrar o bonequinho, é rei. Mas entrega a galette no ano seguinte
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Bolo de Reis: se encontrar o bonequinho, é rei. Mas entrega a galette no ano seguinte

O chef de pâtisserie  Daniel Briand , como muitos confeiteiros no mundo, nesta época do ano, passa todo o seu tempo esticando massas folhadas e emulsionando creme de amêndoas. Reza a tradição católica que a galette des rois deve ser consumida durante o mês de janeiro inteiro. Mas o dia oficial do bolo de origem francesa é o sexto do ano, quando são festejados os Reis Magos - Gaspar, Baltazar e Belchior, aquele trio com presentes nas mãos dos presépios de Natal. (Este, aliás, é o momento de recolher as bolas vermelhas dos pinheiros de plástico, tirar a bota de feltro verde da janela e voltar à vida real.)

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O hábito de dividir o bolo com bonequinhos de porcelana ou favas para eleger o mais sortudo da mesa nem de perto tem a dimensão de reunir a família em torno de um peru no Natal ou distribuir ovos de chocolate na Páscoa. Mas deveria. O doce, além de delicioso, ainda vem com o bônus da brincadeira.

O jogo é de sorte. Mal começamos o ano e já é hora de testar quem comeu mais e melhores lentilhas no Réveillon. Funciona assim: divide-se a galette em partes iguais entre os que estão à mesa. Alguém se levanta e, escondido, determina quem fica com cada fatia. Melhor ainda, se for uma criança. Quem achar a moeda número 1 do Tio Patinhas vai ter prosperidade extra. Com fartura garantida, o sortudo deverá, ainda, oferecer ao grupo o bolo do ano seguinte -- cujos ingredientes não são exatamente baratos.

A satisfação, em compensação, é garantida. Principalmente para o coroado. O documentarista Sérgio Duran já tirou a fava na galette e todo ano encomenda o doce antes mesmo de dezembro acabar. Duran tem razão: "Não tem como dar azar"!

Mas não é preciso caprichar tanto para participar do jogo e comer um docinho gostoso. Padarias também produzem gêneros para o ritual de Dia de Reis. As receitas, porém, são mais simples. “É parecida com a do panetone, mas com alguns ingredientes diferentes”, afirma Raquel Abrahão, proprietária da Benjamim Abrahão – Mundo dos pães , um sucesso paulistano. A regra, afinal, é mais uma vez reunir os mais queridos e se divertir à custa de uma guloseima pra lá de gostosa. Vai perder essa?

Veja aqui as receitas:

Galette des Rois, de Daniel Briand
Rosca de Reyes, do restaurante Obá

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